Fadiga e acidentes no trabalho, realidade inerente aos cabeleireiros
A 21 de Fevereiro as escolas profissionais de fisioterapeutas de vários centros autónomos advertiam para as lesões mais comuns da profissão e disponibilizavam orientações preventivas. Uma questão à qual não se atribui a importância que merece.
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A notícia veio a público em finais de Fevereiro através de um comunicado. As escolas profissionais de fisioterapia da Comunidade de Madrid, Catalunha, Pais Basco, Navarra e Galiza decidiram dedicar a sua campanha “12 meses, 12 conselhos de saúde” a lesões comuns entre os profissionais de cabeleireiro e divulgar as principais medidas para as combater. Por exemplo, utilizar cadeiras ajustáveis em altura quando trabalham para evitar movimentos, esforços e posturas repetidas que podem originar lesões à medida que o tempo passa.
Principais lesões e posturas incorrectas
De um modo geral, os cabeleireiros suportam longas jornadas de trabalho, estando de pé e movimentando os braços sem parar, mantendo-os elevados durante a utilização de materiais de trabalho – secadores, pranchas, ferros, escovas e tesouras. “ A repetição continua e insistente de movimentos muito concretos dão origem a fadiga e lesões a longo prazo. A fadiga atua como um aviso de que algo não está bem. Por não se tomar medidas surgem então as contraturas e lesões.” Esclarece Joaquín Ferrer, director da barbearia Homes & Imatge e vice-presidente do Gremio Provincial Artesano de Peluquería y Belleza de Barcelona. Os riscos agravam-se durante os dias de mais trabalho em períodos concretos do ano – Páscoa, férias de verão, Natal, etc. Os movimentos repetidos afetam o metacarpo, onde se localiza a parte média dos ossos da mão, formada por cinco ossos metacarpianos, e também provocam sintomas dolorosos na cervical, zona média e lombar das costas e ombros - dependendo se o profissional for destro ou canhoto- na opinião de Ferrer.
Para além disto, o fato de trabalhar de pé durante muitas horas dá origem ao aparecimento de varizes e sobrecarrega os músculos das pernas. "A pessoa que passa muitas horas parada, de pé e também sentada, adota hábitos pouco naturais para o corpo humano." explica. Durante o corte de cabelo, pode-se dar origem a uma das lesões de que menos se fala: os cabelos pequenos que se alojam nos olhos ou na zona da planta do pé. "São como pequenas agulhas. Se a pele regenerativa não os expulsa, é possível que não haja solução que não seja a cirurgia. É curioso, mas praticamente ninguém fala desta possível lesão", reflecte.
Pela sua parte, José Santos, secretário da Escola Profissional de Fisioterapeutas da Comunidade de Madrid, especifica em comunicado as seguintes doenças:
- Dores nas costas, ombros, cotovelos e pulsos, consequência de sobrecargas musculares e tendinites causadas por movimentos contínuos, elevados e incorretos dos braços.
- Movimentos que requerem esforços, repetidos e errados com o pulso que podem levar a tendinites graves que impossibilitam o movimento da mão. Outros possíveis danos nesta zona do corpo são: epicondilite (cotovelo de tenista), caraterizado pela dor intensa na parte externa do cotovelo e síndrome do túnel carpiano que comprime o nervo e causa dormência, formigueiro, fraqueza e danos musculares nos dedos e na mão.
- As várias horas de pé podem causar varizes, doenças como a fascite plantar, inflamação que surge na zona do arco do pé que pode até atingir os dedos.
- Outros riscos a prevenir num salão de beleza prendem-se com a adequação das instalações elétricas, a sujidade, líquidos derramados ou a organização dos utensílios de forma a evitar quedas.
Recomendações dos fisioterapeutas
- Estabelecer e seguir um plano de alongamentos diários e exercícios terapêuticos para estabilizar e reforçar a musculatura das costas;
- Utilizar um calçado adequado que evite a carga muscular e usar meias que facilitem a circulação sanguínea;
- Tomar atenção às posturas adotadas na hora de trabalho. Os ombros direitos e elevados de forma a que o cotovelo fique por cima da altura do ombro;
- As costas devem manter-se direitas em todos os momentos e se necessário baixar-se, dobre os joelhos em vez de inclinar-se para a frente;
- As cadeiras ou bancos ajustáveis em altura evitam movimentos, esforços e posturas inadequadas que geram fadiga e lesões;
- O acompanhamento de um fisioterapeuta de confiança pode solucionar estas lesões, mediante terapia.
Pouco interesse por parte dos profissionais
Como vice-pesidente do Gremio Provincial Artesano de Peluquería y Belleza de Barcelona, Ferrer lamenta o pouco interesse por estas questões por parte dos cabeleireiros, empregados e proprietários dos salões. "Existem cursos de ergonomia e de postura, transversais e gratuitos, ainda que seja difícil convencer os profissionais a frequentá-los. Estes temas são geralmente abordados durante a formação profissional, ainda que o assunto não tenha ainda a importância devida." No entanto, a interação entre formadores e alunos é a base para que o projeto funcione. Até ao dia de hoje e apesar da oferta educativa existente, a fadiga e as lesões continuam a ser uma assinatura inerente à profissão.
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