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Prevenção

Saber mais sobre o Persulfato de Amónio

Este óleo cristalino incolor, branco ou cor de palha, com um odor algo desagradável, é um ingrediente básico em tratamentos de descoloração que aclaram o cabelo natural ou tingido. Vale a pena conhecê-lo melhor para saber com que produtos trabalhamos


08/04/2024

Decoloracao - Persulfato do amonio

Como já explicámos em mais do que uma ocasião, a exposição a diversos agentes químicos incluídos nos produtos cosméticos é um dos fatores de risco que afetam os profissionais de cabeleireiro. Esta exposição constante e duradoura, na maioria dos casos, pode materializar-se em efeitos prejudiciais para a saúde dos cabeleireiros, stylists e ajudantes. O abandono da profissão devido a problemas de saúde afeta 20% dos profissionais.

Anteriormente, falámos de substâncias químicas como a Para-fenilendamina (PPD), também conhecida como parafenilendiamina, p-fenilendiamina ou 1,4 diaminobenceno, uma amina aromática de baixa toxicidade comum às tintas capilares permanentes, e também em algumas tintas vegetais como a hena. O Tioglicolato de amónio, um líquido incolor que se torna amarelo e modifica a estrutura do cabelo, rompendo as pontes de queratina, é um componente habitual em tratamentos de molde ou alisamento.

Nesta ocasião, falaremos do Persulfato de amónio, um acelerante incluído nos produtos que se empregam em processos de descoloração. Trata-se de um óleo cristalino incolor, branco ou cor de palha como um odor algo desagradável, extraído do peróxido de ácido sulfúrico. Mas, como funciona o Persulfato de amónio?

Decoloración - Persulfato de amonio

Um oxidante que aligeira o tom do cabelo

O processo de descoloração permite aclarar, de forma rápida e eficaz, o cabelo natural e/ou tingido. Para isso, os agentes oxidantes, presentes nos produtos descolorantes, ativam a melanina (proteína responsável da cor do cabelo) existente.

O Persulfato de amónio é um sal extraído do peróxido de ácido sulfúrico que liberta oxigénio e ozono quando se decompõe, em contato com a água. Basicamente, é um dos agentes oxidantes mais ativos, já que conduz à formação de amoníaco, composto químico básico que permite a penetração do produto. Estes agentes oxidantes misturam-se com peróxidos (águas oxigenadas a diferentes volumes), com o propósito de conseguir os níveis desejados de aclaração. Quando estes agentes alcançam as melaninas no núcleo do cabelo, modificam a sua composição da seguinte forma: reduzindo o seu peso molecular.

Durante a descoloração, vários fatores interagem entre si e determinam o resultado final. O Persulfato de amónio concentrado e a adição de Peróxido conformam uma mistura, mais reativa que ambas substâncias sozinhas. O Peróxido atua como veículo de ativação do Persulfato, componente que aclara o cabelo. Desta forma, dissolvem-se os pigmentos da cor, natural e artificial e agiliza-se o processo de descoloração.

Decoloración - Persulfato de amonio

Possíveis riscos da exposição ao Persulfato de amónio

Os persulfatos, sulfatos e bissulfatos das descolorações, juntamente com a parafenilendiamina das tintas são sensibilizantes respiratórios. Portanto, referimo-nos a substâncias que podem provocar reações alérgicas das vias respiratórias, assim como diversos sintomas (ataques de asma, tosse, congestão, espirros, irratação e inflamação de olhos e inclusivamente febre e dores de músculos e articulações) quando se inalam sem tomar as precauções necessárias, como o uso de máscara específica.

A Folha informática sobre Substâncias Perigosas publicada pelo Departamento de Saúde e Serviços para Pessoas Maiores de Nova Jersey (EUA), adverte sobre os possíveis riscos do Persulfato de Amónio por inalação. Assim, informa acerca do contato com este componente químico que pode irritar a pele, criando uma possível dermatite, além de causar uma irritação leve dos olhos. Igualmente, a exposição ao mesmo pode irritar o nariz e a garganta. O mesmo departamento carece de estudos que determinem uma possível capacidade cancerígena, potencialmente capaz de produzir cancro, por pate do Persulfato de amónio em animais.

Às vezes, os sintomas são notados após horas de exposição, especialmente à noite. Daí que muitas vezes não relacionem com os produtos utilizados durante o trabalho.

Principais recomendações

  • Quando se trabalha com persulfato de amónio é imprescindível trabalhar com luvas, especialmente aqueles que levam o pictograma de proteção química, medida que contribui para evitar a irritação e sensibilização da exposição repetida a esta substância.
  • A mistura deveria realizar-se e aplicar-se numa área onde haja boa circulação de ar. A ventilação natural (portas e janelas) deveria ser suficiente em qualquer salão onde se misturem produtos com substâncias químicas. Pelo contrário, recomenda-se instalar um equipamento de extração localizada em lugares específicos como a mesa de preparação de misturas, espaços onde se efetuem serviços com risco de exposição.
  • Durante a utilização de persulfatos, é aconselhável usar lentes especiais para o uso de químicos ou uma máscara de acrílico. Desta forma, evitar-se-iam possíveis salpicos ou o contato com os olhos. O fato de usar uma máscara auto-filtrante contra partículas sólidas e líquidas com um nível de proteção FFP1 contribuiria para proteger o sistema respiratório.
Decoloración - Persulfato de amonio
  • Também se recomenda usar sapatos com solas de neopreno, perante possíveis derrames sobre o solo do local.
  • Os frascos devem ser conservados num lugar fresco e seco. As soluções dos persulfatos também deveriam estar isolados do calor e da possível contaminação com outras substancias , assegurando-se uma estabilidade máxima durante o seu armazenamento.
  • A alergia por persulfato afeta alguns utilizadores, manifestando-se em forma de erupção cutânea na pele. Esta desaparece quando se evitam contatos posteriores com a dita substância.
  • Todo o equipamento em contato com este componente químico deverá ser limpo muito bem antes do seu uso.
  • Recomenda-se utilizar colheres de aço inoxidável ou plástico, quando se doseia ou retire do frasco original.
  • Algumas fontes citam o carbonato de sódio como possível substituto de sais de persulfato.
  • Por último, este componente químico não é biodegradável e provoca danos na vida aquática. A garrafa deveria estar vazia antes de ser depositada no lixo.
 
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