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COSMÉTICOS NATURAIS

Natural e Bio, duas tendências de longo prazo no mercado cosmético

É tudo ouro o que reduz em matéria de cosmética natural e bio? Acedemos à tradução das declarações em relação a este tema do famoso Dr. Hans Lautenschläger, graças a Metrodermo, especialista em corneoterapia


23/04/2019

Os consumidores costumam relacionar a pureza, a inocuidade e a boa tolerância de qualquer produto ou consumível com os termos, tão em voga e mencionados hoje em dia, natureza e 'bio'. Assim, não só e frequentemente, de forma habitual no setor alimentar como tambem no campo da cosmética. É por isso que ambos os termos natural e bio, são o eixo frequente e central sobre o qual giram e se sustêm muitas publicidades e slogans da beleza e outros campos, centrando a nossa atenção na dita condição dos mesmos e tornando mais atrativo aos nossos olhos o produto em questão.

Agora, o que é verdade em tudo isto e em que é que podemos confiar?

Martina Grams, gerente da capacitação de KOKO Kosmetikvertrieb GmbH & Co. KG, perguntou ao Dr. Hans Lautenschläger se as promessas e expetativas derivadas de tais publicidades são razoáveis.

Metrodermo, especialista em corneoterapia, traz até nós esta breve mas mais que interessante e esclarecedora entrevista, e oferece ao público a tradução da mesma, onde se dá a conhecer também grande parte das reflexões e apontamentos do último artigo do Dr. Lautenschläger, Recursos naturais, óleos vegetais no cuidado da pele, publicado em Kosmetik International neste mesmo mês de abril, páginas 30-33.

Martina Grams: O que são os cosméticos naturais? O que significa os termos 'bio' no contexto dos preparados para o cuidado da pele?
Dr. Hans Lautenschläger: Uma interpretação consequente da dita terminologia significaria que todos os ingredientes são naturais e que, no caso de se usar substâncias ervanárias, são de origem biológica. Isto, então, não é realista. Permita-me citar alguns exemplos aqui:
» Não há dúvida de que o óleo mineral e os óleos de parafina resultantes são substâncias naturais. Mas apenas os encontrarás em preparações convencionais.
» Sais fisiológicos, como por exemplo os fosfatos utilizados para estabilizar os valores de pH provêm de um processamento químico-inorgânico. São substâncias idênticas às naturais.
» O ácido hialurónico já não é um produto biológico obtido de treliças ou flor de veludo, como também se produz a partir da glucose com a ajuda de certas bactérias.
» Óleo vegetal refinado: continua a ser uma substância natural? Alguns componentes extraem-se, outros se agregam durante o processo de refinação. Pelo contrário, os óleos prensados a frio (“bio”) costumam conter compostos naturais não desejados com potencial alergénico.
Conclusão: não existe uma definição legal precisa dos cosméticos naturais. Os selos populares têm os seus critérios de avaliação individuais, dependendo da organização certificadora. Os produtos podem conter certas quantidades de substâncias sintéticas e ainda se considera que pertencem à gama de cosméticos naturais, existindo diferentes graduações segundo o seu conteúdo.

M.G: O que pode correr mal ao comprar produtos naturais e bio?
H.L: Esta pergunta em particular permite múltiplas respostas. Permita-me mencionar algumas delas:
» Ao mesmo tempo que com qualquer outro produto cosmético, apenas deve-se aplicar depois de ter analisado a pele, senão corre o risco de não tolerar o produto.
» No caso de peles sensíveis, deve ter-se em conta que o risco de desenvolver alergias é proporcional ao número de extratos que contêm uma variedade de componentes individuais.
» Os óleos essenciais incluem componentes com potencial alergénico que, em parte, devem declarar-se no INCI de acordo com a Diretiva de Cosméticos (europeia). Além disso, os produtos naturais podem formar substâncias alergénicas devido aos efeitos da radiação e o oxigénio atmosférico durante o armazenamento, como por exemplo o ascaridol do óleo da árvore de chá.

M.G: As pessoas têm diferentes tipos de pele. A quem preferia aconselhar que não utilize produtos “naturais” e “bio”?
H.L: Como já se mencionou, o risco alergénico deve ter-se em conta. A este respeito, deve mencionar-se que a pele alterada pela barreira é mais propensa às alergias que a pele 'normal'. Também no caso de transtornos da cornificação e do tecido conetivo, o uso de produtos naturais e bio deve considerar-se cuidadosamente.

Não existe uma definição legal precisa dos cosméticos populares. Os selos populares têm os seus critérios de avaliação individuais, dependendo da organização certificadora.

M.G: O que pensa dos chamados peelings de osso, por exemplo os peelings de osso e abacate e damasco?
H.L: Bom, na análise final, é um passo atrás, até aos tempos em que as farinhas de madeira (serragem fina) que se utilizaram para tratar as irritações e lesões menores foram substituídas por polímeros sintéticos como o poliuretano e o polipropileno, os quais caíram em má fama na atualidade, devido às discussões em torno dos microplásticos. A cera de jojoba e os peelings de enzimas baseadas em substâncias naturais são sem dúvida a melhor alternativa.

M.G: Alguns tendem a usar produtos 'de volta à natureza'; outros preferem cosméticos de “alta tecnologia”. Que tipo de produtos são realmente vantajosos para a pele?
H.L: Uma coisa não descarta a outra, por isso, toma por exemplo a tecnologia de lipossomas com portadores que consistem em fosfatidilcolina à base de ervas. O critério geral deve ser uma ótima tolerância e eficácia fisiológicas. Tendo isto em conta, tem sentido avaliar os produtos em vista a sua compatibilidade com a área objetiva da pele em lugar da sua origem.

Tudo isto e mais está recolhido no artigo Recursos naturales, aceites vegetales em cuidado da la piel, o qual pode solicitar-se em formato pdf à Metrodermo, onde podes aceder através do botão de mais informação.

 
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