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Feiras e congressos, obrigados a reinventar-se depois da crise sanitária

Cancelamentos definitos e apostas por um formato híbrido a partir de 2021. O resultado derivado da crise sanitária da Covid-19 que obriga a feiras e congressos a apostar pelo virtual e o mix entre o online e a presença física


13/08/2020

Com a crise sanitária, as feiras e congressos, eventos físicos de exposição e atividades presenciais viram-se condenadas a reinventarem-se. Durante o confinamento derivado da crise sanitária por causa do Covid-19, as outrora feiras imprescindíveis, as quais tinham que se deslocar entre vários destinos, países, regiões e cidades, viram-se obrigadas a cancelamentos e substituições em cascata, devido à cessação de toda a atividade essencial a qual inclui também os meios de transporte. As suas organizações, porém, procuram novos modelos de negócio. Agora confiam em formatos digitais ou híbridos.

Uma revisão às mais importantes feiras e a sua reação perante a crise do covid-19

As feiras mais importantes de todos os setores económicos decidiram, frente à pandemia e as suas limitações para evitar o contágio, fechar suas portas. É o caso do Salão Automóvel de Genebra, cancelado em 2020 e que também não se vão realizar em 2021. A decisão foi tomada, entre outras considerações, depois de uma pesquisa em que a maioria dos expositores habituais indicaram que provavelmente não participariam se finalmente se realizasse ainda que fosse a posteriori. Também na Suiça, o grande salão do relógio de Baselword, que já perdeu impulso, cancelou o seu esperado encontro este ano e o ano que vem.

Na capital francesa, o Mundial do Auto, renomado festival que ia realizar-se em outubro deste ano também foi cancelado "na sua forma atual".

As feiras mais importantes de todos os setores económicos decidiram, contra a pandemia e as suas limitações para evitar o contágio, fechar as suas portas.

Automoção, turismo, tecnologia, design, literatura: todas as feiras, congressos e exposição da indústria devem, no espaço de uns meses, "redefinir a sua forma de funcionar", disse Pablo Nakhlé Cerruti, diretor geral de Viparis, que gere nove exposições em Paris e os seus arredores, incluídos os recintos feriais da Porta de Versalhes, Villepinte ou Le Bourget.

Agora trata-se de acelerar a 'conetividade', e também a 'flexibilidade': "os nossos recintos, feiras, congressos e salões devem ser capazes de albergar todas as formas possíveis de eventos, adaptando-se à procura diária", afirma o CEO de Viparis. Mas podem todos os salões mudar a digitais?

O formato híbrido, presencial e on-line, o rei

"Os encontros físicos são inevitáveis", disse Stephanie Lynch-Habib, diretora de marketing da associação global de operadores de telecomunicações GSMA, que organiza o Mobile World Congress (MWC) em Barcelona. "Também é o que nos torna valiosos, que os líderes da indústria podem celebrar dezenas de reuniões seguidas e conhecer diferentes tipos de contactos num só lugar. Temos dois milhões de reuniões de negócios durante o congresso em tempos normais, e 10.000 milhões de euros de transações que têm lugar", assegura.

A edição 2021 do MWC em princípios de março está a trabalhar num formato 'híbrido', que alternará o físico e on-line: "enquanto tanto, provaremos, em eventos locais, várias plataformas virtuais em termos de conteúdo e funcionalidade, e ajustaremos de acordo aos comentários".

Um formato 'híbrido' foi elegido pela grande feira de tecnologia CES em Las Vegas, que recebeu quase 175.000 visitantes em janeiro de 2020, e que adverte que a sua edição de 2021 será 'mais pequena'.

Em Davos, o Foro Económico Mundial, uma reunião obrigatória de altos chefes, banqueiros e políticos, vai levar-se a cabo em janeiro, mas numa "configuração sem precedentes que incluirá diálogos presenciais e virtuais", disse a organização.

A importância do vínculo humano nos foros da indústria

Um formato 'híbrido' também foi elegido pela grande feira de tecnologia CES nas Las Vegas, que recebeu quase 175.000 visitantes em janeiro de 2020, e que adverte que a sua edição de 2021 será "mais pequena" porque "menos pessoas poderão viajar aos Estados Unidos". Em particular, o CES vai estabelecer uma plataforma online para que os expositores possam apresentar as suas inovações virtualmente.

Na Alemanha, a feira de turismo de Berlim, a maior grande do mundo no setor, já tinha organizado umas 20 transmissões em direto em lugar do evento físico no passado mês de março, e a sua edição de 2021 contará com "uma parte digital". Espera-se que o Salão das Novas Tecnologias da IFA em Berlim se realize de setembro, mas com uma representação física muito pequena. Em Frankfurt a famosa feira do Livro também será substituída em grande medida em outubro por eventos em linha.

Em Paris, Vivatech, a start-up da edição 2020 e a feira de tecnologia privada, voltará em junho de 2021, sendo "profundamente híbrida". Porém, a sua diretora executiva Julie Ranty diz que está "convencida da importância do vínculo humano: o desafio é infundir o digital com a calidez e a vinculação que se encontram no evento físico".

 
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